Quando nasceu, seu nome era Maria
Mas na escola sempre a chamavam garota-alergia.
Camarão e leite frio lhe causavam tontura
Chocolate e água quente lhe davam enjôo
Sua pele era pustulenta, quebradiça e dura.
À medida que crescia sua alergia só aumentava
Às vezes ficava mais vermelha que um pimentão
Não comia aipim, arroz, feijão, jiló e nem fava.
A coitada, dia desses, quase teve um ataque
Enquanto se vestia, olhou-se no espelho
A alergia de si mesma foi como um baque.
Seu corpo explodiu em diversos pedaços
Sangue e órgãos voaram para todos os lados
E sobre a cama restou apenas um de seus braços.
Minha singela homenagem a Tim Burton e seu pequeno menino ostra.