segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Inocente


Aos 10 anos de idade, ele acreditava em gnomos, leprechauns e fada-do-dente; acreditava que o porão da sua casa na verdade era um mundo secreto onde estaria protegido.

Aos 30, tinha convicção que todas as pessoas eram boas, mesmo tendo sido passado para traz algumas dezenas de vezes. Era convicto de que todas essas boas pessoas só queriam ajudá-lo e também cria cegamente no amor – mesmo nunca tendo se casado ou algo que o valha.

Aos 60, ainda se sentia incrivelmente saudável, apesar da osteoporose, bursite, rinite, labirintite, sinusite e tantas outras ites que as pessoas mais velhas costumam ter; também não achava certo pensar que seus filhos estavam roubando-o, mas apenas investindo melhor seu dinheiro.

Aos 90, foi-se com um grande sorriso estampado (e os raros dentes que lhe restavam) e o mesmo coração de 80 anos atrás, ainda tendo a certeza que o mundo sempre fora um bom lugar para se viver.

2 comentários:

  1. POr isso ele morreu feliz, soube lidar com as adversidades da vida sem perder a vontade de ser.

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  2. po. mto mto bom, esse. serio mermo, excelente.
    to tentando comentar nos blog dos outros, de preferencia sendo critico, pra q os donos sejam mais criticos ainda com o meu, mas no teu ta dificil.
    parabens, velho!

    http://semi-impulso.blogspot.com/

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