sábado, 29 de maio de 2010

Sangue na calçada



A garota nunca entendia quando seu novo amigo dizia que achava os humanos estranhos. E ela sempre ouvia isso sentada ao lado dele, na calçada da rua Rubemberta, enquanto o sol se punha.

Ela não gostava muito, pois o ato de o sol se pôr significava também que logo era hora de entrar, e era apenas nessa hora que seu amigo se revelava, e era nessa hora que seu coraçãozinho batia mais forte, e era nessa hora que escondia um pouco o rosto sob os cachos do cabelo para não deixar transparecer seu rosto enrubescido, e era nessa hora que ele chegava mais perto e tocava sua pequenina mão, e era nessa hora que ela se sentia bem feliz.

Naquele fim de tarde, os dois se entreolharam. E ela o achou tão branco, e ele a achou tão pulsante e apetitosa.

Ele sorriu um sorriso grande e branco com suas presas ainda infantis. Se aproximou da pequena e sentiu-a tremendo. Então isso é amor?, foi o que ela pensou antes de sentir uma dorzinha no pescoço, onde o novo amigo fincou os dentes pontudos e sorveu seu sangue doce.
Sugou-o com vontade até que estivesse saciado e deixou-a ali na calçada, deitada, inconsciente, enquanto o fluido ainda jorrava de sua jugular manchando o chão de vermelho... e o seu jantar esfriava na mesa da cozinha.

2 comentários:

  1. Adorei seu Blog. Parabéns!!!
    Já estou seguindo.

    Conheça o CaFoFo do BriTo

    http://cafofodobrito.blogspot.com/

    Música, Literatura, Vídeos e outras bobagens interessantes!!!
    Acesse > Siga > Comente

    ResponderExcluir
  2. Nossa me surpreendi com o final, pensei que fosse um amigo bonzinho e ele sorveu o sangue da coitada! hehe

    ResponderExcluir