quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Tempos insaciáveis


O casal ainda estava deitado na cama. Peles suadas, peitos arfando, em busca de ar. Tudo fora tão mágico... mas tão incompleto; mesmo quando ele estivera dentro dela, como há pouco. Faltava algo, precisava de mais, cada vez mais.

Por alguns segundos, de olhos fechados, ela se transportou dali, o ritmo do corpo voltando ao normal. Lembrou-se de outros tempos, tempos de menina, em que apenas um beijo era suficiente.

Por que não se entregar a outros? A vários? Talvez se sentisse completa, preenchida. Não. Ela não era assim. Deixaria a canalhice reservada apenas ao sexo masculino.

Despertou do transe com a respiração forte de seu homem adormecido ao lado. Aconchegou-se nele e numa prece quase infantil só conseguia repetir baixinho: “Por favor, seja o suficiente! Por favor, seja o suficiente!”, antes de cair no sono também.

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