terça-feira, 27 de março de 2012

Sete fitas



Aguardaram ansiosas até que a chuva terminasse de cair. Enquanto as últimas gotículas nadavam iluminando o céu como pequenos pontos de cristais, as sete garotas pegaram as sete fitas que se formavam no céu e começaram a dançar.

Garotas e fitas rodavam ao som de uma música invisível, as pessoas cinzas assistiam de fora e sonhavam de olhos abertos. Os sonhos se juntavam às fitas, às cores e juntos pincelavam o céu úmido, trazendo algo que os habitantes dali não estavam acostumados, mas que alguns chamariam de vida.

Por alguns instantes as pessoas tinham cores, e de tão misturadas nem podiam ser nomeadas nesse instante. Ou posso tentar: azurelo, vermezul, roxermelho e até flicts. Quando a brisa se transformou em vento, as sete garotas agarraram-se firme em seus pedaços de pano multicoloridos e aproveitaram a carona.

Tudo voltou ao cinza costumeiro, mas dentro das pessoas algo estava vívido. Luna, que assistia quieta segurando a mão de sua mãe, só conseguia imaginar se poderia ser ela a segurar umas das fitas no ano seguinte... e sua mão levemente rosada trazia esperanças.

Imagem por Ricardo Chaves

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