segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Bon Odori



As lanternas de papel coloriam as ruas estreitas do local. O céu ainda estava claro e as pessoas começavam a chegar. As pétalas de cerejeiras caídas no chão eram pisoteadas pelos distraídos.

Sem demora e cumprindo seu papel diário, o sol começava a se por. Era nessa hora que os convidados chegavam, era nessa hora que os mortos vinham às ruas. Vinham guiados pela saudade e pelas lanternas acesas que faziam da terra um pedaço de céu estrelado.

Sakura não se aguentou em si ao ver sua batian chegando, trajando o mais belo quimono. A garota sabia que o Bom Odori não era um dia de tristeza e enxugou a lágrima teimosa que insistia em escorrer pelo seu rosto. A velha senhora recém-chegada pegou a mão da neta e a pequena arrepiou-se. Seu toque era gelado, mas transmitia um calor gostoso.

Juntos, espíritos pessoas cerejeiras música e estrelas circulavam as ruas, festejando, antes que o sol nascesse e fosse hora de partir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário